quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Anorexia é a solução?

Calma, não estou pensando nisso! É que tenho uma amiga muito próxima que ficou anoréxica por “N” motivos, e abaixo ela conta um pouco dessa fase.

Mas peraí! O que é mesmo a anorexia?

Para entender melhor, vamos ler a entrevista com a Juliana, minha amiga:

Quantos quilos você tinha quando resolveu fazer dieta?
Eu tinha 77 Kilos com 15 anos.

Você teve acompanhamento médico na dieta?
Não tive nenhum acompanhamento médico, fiz por conta própria através de uma dieta da Internet, a Dieta da USP. 


O que levou você a fazer dieta? Você sofria algum preconceito?
Decidi começar uma dieta devido à pressão dentro de casa e preconceito no ambiente escolar. Quando tomei a atitude de fazer um regime, estava na fase da puberdade e tinha, como toda menina, o sonho de ser admirada pelos garotos da minha idade. Eu gostava muito de um rapaz na época e para mim, o problema de tudo era minha imagem.

Quando você percebeu que a dieta começou a fugir do seu controle e passou a ser doença?
Meu objetivo era ficar com 56 kilos, um peso normal para minha altura, mas minha estrutura óssea é grande e na realidade esse peso é pouco para meu porte.
Quando cheguei a este peso, não conseguia mais comer. Alem dos traumas, tive um problema familiar que mexeu com minha cabeça. Acredito que isso tenha sido o maior motivo para desencadear a anorexia.
Na realidade eu tive duas doenças, a anorexia que é deixar comer com medo de engordar e a bulimia nervosa, que não é a pessoa que provoca o vômito, mas sim o organismo que rejeita o alimento. Mesmo que eu quisesse comer, não conseguia e não tinha controle sobre isso.

Qual era o seu cardápio?
Era composto por ovos, presunto, cenoura, queijo fresco e chuchu. Estes alimentos eram ingeridos de segunda a sexta. 
Apenas aos domingos este cardápio variava para 1 filé de bife com batatas fritas no almoço, no jantar voltava aos ingredientes anteriores.
Fazia apenas 2 refeições ao dia, não tomava café, almoçava e jantava. Isso durante 6 meses.

Quando você estava magra e olhava no espelho, o que vinha na sua cabeça?
Diferente das meninas que tem esta doença, eu me via magra, linda maravilhosa até o momento que eu comecei a passar do limite. Aí me via magra, doente e feia. Tinha absoluta consciência do que estava acontecendo comigo, porém não conseguia controlar meu medo de engordar e meu organismo que não me deixava engolir a comida! Tinha vontade de me bater por ver meus pais chocados, assustados e profundamente tristes por me ver definhar a cada dia.

Quais foram os sintomas que te levaram a perceber que estava com anorexia?
O primeiro foi o medo desesperador de comer e passar por todo preconceito de estar doente. O segundo foi através do diagnóstico. Não conseguia mais engolir a comida, subia uma secreção grossa, transparente. Isso me dava nojo!

Qual foi a maior loucura que você fez enquanto queria ficar magra?
Tomar lacto-purga.
E eu não sentava! Se minhas atividades diárias durassem 24 horas, eu ficava em pé todo esse tempo. Não conseguia sentar, se eu comia alguma coisa e ficava sentada, parada, eu surtava. Era horrível!

Quantos quilos no total você emagreceu?
Comecei o regime com 77, terminei com 56. Mas daí pra frente fiquei doente e cheguei aos 37 quilos. Emagreci no total 40 quilos em 1 ano.

Seus pais e amigos te apoiaram na dieta e na recuperação da anorexia?
Sim, o único que não me apoiou a fazer regime foi meu pai, ele sempre me disse para tirar da minha cabeça que eu estava gorda. Alguns amigos também achavam exagero emagrecer, mas já era um objetivo meu, não ia desistir. 
Quando fiquei doente, foi um sofrimento muito grande para meus pais e amigos, mesmo porque, quando alguém vinha para me dar conselhos eu não aceitava.
Tenho algumas pessoas em especial que me deram força, mesmo brigando ou discutindo com eles, nunca saíram do meu lado: Você, Leonardo, Celeste, Janaina e Ariel.
A estas eu devo muito!

Como você se tratou da doença?
Teve uma época da doença em que tive gangrena nas pernas pois meu fígado já não funcionava mais.
A partir daí, fui encaminhada para um endocrino no Hospital das Clinicas em São Paulo. Este vinha dando golpe em pais desesperados com suas filhas a beira da morte, nos disse que de seis meninas, cinco morriam com esta doença e que eu deveria ser internada com urgência no hospital DELE. A diária era muito cara, fora de nosso orçamento, mas ele disse que eu não iria sobreviver se não fosse internada.
Meu pai levou um choque, e foi então que eu percebi o que eu estava fazendo comigo e com todas as pessoas que me amavam. Quando percebemos o golpe do médico, o denunciamos para o hospital. O tratamento eu fiz com um psiquiatra indicado por uma tia e me tratei durante anos.

Quais foram as consequências da doença?
A perda de um ano da minha Vida. Afastei muitas pessoas que tinha um carinho muito grande e ainda tive início de leucemia. 

Você já tentou outras dietas mais saudáveis? Deu certo?
Depois que recuperei meu peso normal, voltei a comer compulsivamente e engordei muito. Hoje eu faço reeducação alimentar e não dieta e assim estou conseguindo manter um peso bom.

Hoje, depois de ter passado por essa fase, qual seu pensamento em relação a cometer loucuras com a saúde para ficar magra?
Acredito que tudo deve ser encarado como aprendizado. Aprendi a me amar e dar valor as pessoas que me amam e estão sempre ao meu lado. Me enxergar por dentro foi a melhor coisa que aconteceu.
Não faço mais dietas loucas, tenho alguém ao meu lado que me ama pelo que sou e não pelo que tenho.
 
Penso que a mídia é a principal divulgadora deste tipo de doença. Não diretamente, mas a imagem que passa de mulheres com corpos perfeitos, que não comem, que dormem de maquiagem para acordar sem defeitos, impõe aos jovens uma cobrança além da realidade e isso mexe muito com a cabeça das pessoas. Principalmente mulheres.
Porém, as pessoas esquecem que não somos máquinas, somos seres humanos, com sentimentos, defeitos, e acima de tudo, valores e virtudes que não podem estar abaixo do valor da imagem!


O post está grande, mas acho que é um assunto muito bom para ler e pensar, não só no nosso corpo, mas na nossa forma de viver e também nos profissionais que deveriam cuidar de nós. 
Eu acompanhei toda essa trajetória da Ju, ela é uma menina linda, feliz, inteligente e foi muito elogiada quando ficou com o corpo “em forma”, mas passou do limite! Lembro que um dia ela chegou para mim na escola e só disse: Lu, o médicou falou que eu vou morrer! Aquilo foi um choque enorme, fiquei sem reação! Mas o que eu podia fazer por ela? Fora que o cabelo dela começou a cair muito, e por não ter gordura no corpo, ela usava 3 blusas em plena tarde de verão! Lembro um dia que o irmão dela reclamou que estava gordo, ela disse: É João, não vai cair na besteira de fazer igual sua irmã fez. Realmente ela sabia que estava doente, mas não encontrava uma forma de se reerguer. Outro dia que ficou marcado foi em uma reunião de pais na escola. Minha mãe sempre foi a “segunda mãe” das minhas amigas, e ela passou reto pela Juliana. Falei: mãe, você não vai dar oi pra Ju? Quando ela olhou a Juliana, ela não acreditou! Começou a falar tanta coisa, indignada, que quando ela parou pra pensar no que tinha falado, ficou com remorso!
Acho que isso é uma lição de vida. Ser feliz e saudável é um desejo de todos, mas qual o melhor caminho para chegar até esses objetivos? Cometer loucuras com o organismo e ficar com sequelas o resto da vida ou readaptar os hábitos?


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Poxa vida, vida!

Tudo bem, tudo dando certo, tudo ultrapassando as expectativas.
Mas, estamos falando de Luana de Godoy Fernandes, esta pessoa que vos escreve! E tratando-se de Luana de Godoy Fernandes, quando a esmola é muita, o santo desconfia...
Estava eu feliz e contente com meus 6 (sim, seis) quilos a menos, eliminados em 1 mês e pouco e com muita malhação, mas também com uma desagradável tosse que convivia comigo há 3 semanas.
Na primeira semana fui ao médico e “não era nada”, apesar de ter tirado radiografia do pulmão e da face. Na segunda semana, a tosse piorando, resolvi ir ao médico de novo e quando mostrei a radiografia para ele, ouvi a seguinte e sutil frase: NINGUÉM TE AVISOU QUE VOCÊ TA COM PNEUMONIA???? Não, ninguém me avisou =(
Resumindo: Uma semana em casa, antibiótico na veia todo dia, inalação e tédio por não poder sair de casa... E Luana à toa em casa é sinônimo de gordice! Quase surteiii porque por incrível que pareça, eu queria muito ir na academia, porque eu vi que tava dando resultado e porque eu estava gostando de ir! Mas não podia...
Nem sei se engordei, se mantive meu peso ou sei lá o que, só sei que comi brigadeiro, pizza, churrasco e "belisquei" o dia todo. É, devo ter engordado...
Pensa que acabou por aí? Nãããão! Estamos falando de Luan...(tá já disse isso). Mesmo depois de tanto antibiótico minha tosse não ia embora e eu tinha consulta com a pneumologista na sexta passada. Fui. Descobri que vou ter que fazer um tratamento quase que eterno por causa de asma e alergia crônica. #VDM.
E hoje, segundona, cá estou eu prestes a recomeçar (ou continuar após uma breve pausa) meu regiminho e minha academia. Aí depois falam que eu não sou determinada e arrumo desculpa para comer. Assim fica difícil né, saúde?

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Eu voltei, agora pra ficar!

É isso aí... Muita coisa mudou e pra melhor, mas antes de começar a contar, preciso falar sobre mim: Não sei se é algum tipo de maldição rs ou coisa do tipo, só sei que quando alguma coisinha está ruim, tudo fica péssimo! Não curto o trabalho? Fico brava com o namorado. Estou brava com o namorado? Não consigo emagrecer... e por aí vai! Mas depois de um momento necessário de fossa, onde eu acho que sou a pior pessoa do mundo, a mais inútil, a mais feia, eu consegui me reerguer. Pois então, eu parei de postar no blog exatamente neste período de fossa. Foi aí que finalmente coloquei na minha cabeça que eu estava me deixando de lado e me preocupando muito em viver a vida dos outros, em criticar o que os outros faziam, em achar que tudo estava errado e eu estava certa. Eu só tinha olhos para o problema dos outros, mas chegou um momento em que olhei para mim e disse: Luana, você está no seu limite!
Agora eu tenho certeza que superei essa fase com algumas atitudes tomadas depois de fazer a seguinte pergunta: O que me incomoda realmente? A resposta: Estava trabalhando em um lugar com pessoas muito legais, porém não estava fazendo o que gosto e ainda ganhava quase nada para isso. E por que eu não arrumava emprego melhor? Primeiro porque eu não confiava em mim e segundo porque eu não mostrava organizadamente o que eu sei fazer. Eu tinha um portfólio em um site muito confuso, nada a ver para quem é redatora, aí resolvi fazer um blog mostrando os melhores textos que já fiz. Comecei a distribuir o link do blog freneticamente e todo santo dia recebia resposta para fazer entrevista. O meu ex-chefe (da empresa legal porém chata) viu que quando eu fazia uns textos esporadicamente eu era a pessoa mais feliz do mundo, mas quando eu tinha que fazer minha função mesmo na empresa, eu enrolaaaaava! E com as palavras dele: eu era um talento desperdiçado naquela empresa! Fiz acordo com o boss e saí de lá, já com um trampo garantido, como redatora em uma agência. Depois de muitas entrevistas de emprego, até brinquei com uma amiga: Já pensou se eu tiver que escolher em qual agência vou ficar? Dito e feito! Fiquei 3 dias nessa nova agência e sabe quando não orna? Aí recebi a ligação de uma agência que eu jamais imaginei que ia me chamar... Primeiro porque eu não tinha experiência em texto no ramo de PDV e eventos, segundo porque os clientes são pobrinhos, sabe? Burger King, Cinemark, Casa do Pão de Queijo, The North Face e zaz e zaz. E cá estou eu.
Bom, contei tudo detalhadamente, como uma legítima sagitariana gosta de ser, para dizer que a partir do momento que me senti útil, me senti importante, me senti profissional, tudo mudou! Aproveitei, claro, para levar o regime a sério. Desde 11 de setembro estou me controlando nos doces, refrigerantes, frituras e há duas semanas comecei academia. Dia 11 deste mês, fui na endocrinologista e assustei quando ela me disse que eu já havia eliminado 4 quilos em 1 mês. Está na média, alguns podem até achar pouco, mas eu jurava que não tinha emagrecido nem 2 quilos!
A academia eu estou curtindo, é um pouquinho mais cara do que as que costumo fazer, mas dá para ver a diferença. Se eu tenho 20 minutos para malhar, o professor muda meu treino na hora e adapta ao meu tempo. Além disso, tem aulas bem legais que não deixam a malhação ficar chata!
Agora, prometo que vou voltar a dar atenção pro blog e continuar dando atenção a mim mesma em primeiro lugar!